Com diagnóstico precoce, 75% dos pacientes com câncer infantil conseguem ter recuperação completa. Para alertar sobre como identificar os sintomas dos diversos tipos de tumores que podem surgir durante a fase de crescimento foi criada a Campanha Setembro Dourado. A iniciativa, da Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC), visa diminuir os casos da doença que está entre as principais causas de morte não-acidental entre crianças e jovens no Brasil com até 19 anos, de acordo com instituto Nacional de Câncer (Inca).

O oncologista pediátrico Afonso Pereira Leite Neto, da Clínica Oncolog, aponta que os tumores mais comuns na infância são a leucemia, que representa entre 50% e 60% dos casos. Depois são os tumores do cérebro, linfomas e ósseos. “Ainda não é possível falar em prevenção em relação ao câncer infantojuvenil. Diferente do que ocorre com os adultos, não existem evidências sobre exposições ambientais estarem relacionados ao desenvolvimento da doença. Por este motivo, o diagnóstico precoce é o ponto a ser frisado”.

O especialista afirma que, com os protocolos multi-institucionais baseados em quimioterapia sistêmica, é possível alcançar taxas bem significativas de cura. “Em alguns tipos como a leucemia linfoide aguda, que são mais comuns, as taxas de cura chegam hoje a 75%”, afirma.

Afonso aponta que os tratamentos incluem quimioterapia, radioterapia e cirurgia. “Por isso foi criado o Setembro Dourado, para reforçar e alertar os profissionais de saúde, as famílias que possam estar envolvidos com criança que potencialmente podem vir a ter um câncer”, explica.

“Esse mês é um momento em que as pessoas vão relembrar a importância, principalmente em ter um acompanhamento frequente com um médico de confiança da criança, fazer os exames de rotina”, diz.

Dados sobre câncer infantil e juvenil

O Inca estima que para o triênio 2020/2022 sejam diagnosticados 8.460 novos casos de câncer infantojuvenil, o que deve representar 3% do total dos 625 mil novos casos da doença diagnosticada em cada período.

Os sintomas da doença podem ser confundidos muitas vezes com outras doenças bem comuns na infância. O tratamento do câncer do infantojuvenil vai depender do diagnóstico, estadiamento e evolução do tumor, mas é baseado em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Dados de um estudo sobre o panorama do câncer infantojuvenil divulgados pelo INCA e pelo Ministério da Saúde (MS) identificaram que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária de zero a 19 anos é de 64%. Considerando que na infância e na adolescência.

Principais sinais e sintomas de alerta para o câncer infantil
– Palidez, hematomas e sangramentos
– Caroços e inchaços, especialmente se indolores e sem febre nem outros sinais de infecção
– Dor em membros e/ou dor óssea sem traumas nem sinais de infecção
– Febre e/ou perda de peso inexplicada
– Tosse persistente, falta de ar
– Inchaço abdominal, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias)
– Alterações oculares, como pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas, inchaço ao redor dos olhos
– Dores de cabeça, especialmente se incomuns, persistentes ou graves
– Fadiga, letargia, mudanças no comportamento, como isolamento
– Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação, sudorese noturna