Nutricionista especializada explica que cada situação precisa ser analisada individualmente para se determinar dieta

 

A nutrição está diretamente associada à qualidade de vida do paciente com câncer, independentemente do tipo, pois uma das principais consequências da doença acaba sendo a desnutrição.

Esse problema é causado por diversos fatores, como as alterações metabólicas que o tumor causa, o aumento da necessidade calórica causado com o avanço da doença, a diminuição da ingestão de alimentos e, até mesmo, os próprios tratamentos antineoplásicos, pois alteram diversas funções biológicas de forma profunda.

Alimentando-se corretamente o paciente irá se sentir melhor e mais forte, além de manter ou recuperar o peso, tolerar melhor os tratamentos e os efeitos colaterais, diminuir o risco de infecção e melhorar a cicatrização.

Para a nutricionista oncológica da Clínica Oncolog, Roberta Moraes Pimenta, a terapia nutricional para pacientes com câncer deve ser realizada de forma individualizada, levando-se em consideração suas necessidades nutricionais, restrições dietéticas, tolerância, estado clínico e efeitos colaterais esperados. Esse plano alimentar deve ser instituído tão logo seja diagnosticada a doença para prevenir a perda de peso e a desnutrição.

No tratamento do câncer, comer determinados tipos de alimentos antes, durante e depois do tratamento faz com que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida, sinta-se mais disposto e fortaleça, ainda mais, seu organismo. Questionada sobre o prejuízo do consumo de carne vermelha por pacientes oncológicos, cuja composição pode ter substância cancerígena, a nutricionista revela que se trata de um mito.

“Com comprovação científica, por exemplo, sabe-se que a carne vermelha consumida em excesso é fator de risco para câncer de intestino. De maneira geral, a indicação não é excluir totalmente o consumo de nenhum grupo de alimento, e no caso da carne vermelha, por exemplo, além da quantidade, a procedência e modos de preparo são importantes. Sabe-se que marinar a carne reduz em até 90% de substâncias cancerígenas nela contida. Então, tratamos cada caso individualmente e de forma balanceada”, explica Roberta Pimenta.

A nutricionista destaca que, durante o tratamento, recomenda-se a tão hoje falada comida de verdade: frutas, verduras e proteínas, evitando os industrializados. “O importante é que a maioria dos nutrientes possa ser consumida de forma variada”, afirma.

Entre os alimentos mais recomendados para dieta estão frutas, legumes, verduras, cereais, carnes magras e peixes. Além disso, segundo a especialista, alguns alimentos podem auxiliar o sistema imunológico por conterem fatores antioxidantes, tais como alho, cúrcuma, amêndoas, batata doce, brócolis, espinafre e repolho.

De acordo com Roberta Pimenta, quem quer ter qualidade de vida e evitar fatores de risco para o câncer deve evitar o fumo, desde o cigarro de palha ao narguilé e cigarros eletrônicos, álcool, deve buscar ter uma boa alimentação e praticar exercícios físicos. “Quando a gente pensa em dieta, é importante a pessoa ter controle sobre o que come e não ser refém. É importante frisar que, como tudo na vida, o consumo deve ser equilibrado e é importante evitar exageros”, conclui.