RDNews – Especialistas avaliam que a pandemia do coronavírus impactou de forma significativa na busca por exames que ajudam a identificar a existência do câncer de mama. Por isso, o número de diagnósticos real deve estar reprimido ou subnotificado. Segundo o mastologista Marcelo Mendes, que atende na rede privada e pública da Baixada Cuiabana, muitas delas adiaram a realização dos exames de rotina durante 2021.

“Sem dúvida, o ano passado foi um ano que tivemos menos diagnósticos. Todos os centros que trabalham com oncologia identificaram que muitos casos deixaram de ser identificados em função da necessidade que as pessoas tiveram de restringir o deslocamento aos consultórios”, disse.

A neoplasia maligna da mama é a segunda espécie de tumor que mais acomete mulheres em todo o mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), perdendo apenas para o câncer de pele.

A descoberta precoce de possíveis tumores nos seios tendem a dar mais 90% de chances de cura para as pacientes. Contudo, o instituto aponta que cerca de 40% dos casos são diagnosticadas nas duas últimas fases do tumor, tida como as mais graves. Nesses estágios, as chances de sobreviver caem para menos de 50%.

Pesquisadores do Inca e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) publicaram em fevereiro deste ano um estudo na revista Nature, um dos mais importantes periódicos científicos do mundo, onde apontam que Mato Grosso foi o terceiro estado do país com mais diagnósticos tardios de câncer de mama em mulheres.

O número encontrado pelos pesquisadores representa 54,7% dos diagnósticos feitos no Estado entre 2006 e 2015.

A pesquisa aponta também que, além de fatores individuais, o diagnóstico tardio está relacionado com as desigualdades no acesso aos serviços e cuidados de saúde. Eles chegaram a conclusão que a idade (jovens), cor (mulheres não brancas) e a baixa escolaridade são fatores socioeconômicos determinantes para descobrir o câncer de mama feminino em estágio tardio. Também apontam a existência de baixa densidade dos equipamentos mamógrafos nos municípios do país.

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