Neste ano de 2022, 4.700 transplantes foram realizados no país, sendo 42 deles em MT e é preciso conscientizar sobre a importância de ser um doador

Da Assessoria

Atualmente, 555 pessoas aguardam por um transplante de medula óssea no Brasil. A doação pode ser feita por qualquer adulto, com idade entre 18 e 35 anos, que não tenha doença crônica, infecciosa, genética ou autoimune. Para se tornar um doador, basta ter boa saúde e nenhum registro de inaptidão.

É preciso conscientizar cada vez mais as pessoas sobre a importância da doação e, por isso, entre os dias 14 e 22 de dezembro ocorre a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A data serve justamente para que se encontre cada vez mais doadores, bem como para que se crie uma rede de apoio aos pacientes.

“A mobilização ajuda no reconhecimento do tema, estimando um número maior de doadores e, consequentemente, nas chances de um paciente conseguir alguém com compatibilidade quando necessitar de transplante”, ressalta Myllena Morbeck, médica hematologista e hemoterapeuta da Oncolog.

Entre janeiro e novembro de 2022, foram realizados 4.700 transplantes no Brasil. Já em Mato Grosso, 42 pessoas receberam a doação, conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). “Se o doador estiver com tudo certo, nos 10 ml de sangue coletado e mapeado, os dados serão lançados no sistema nacional Redome”, explica

No país, existem 5,5 milhões de pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea no Brasil (Redome), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Aliás, o órgão já é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo.

Ele reúne todos os dados dos voluntários para doação a pacientes que não possuem um doador na família. Apesar de o número ser expressivo, nem sempre quer dizer que ele é compatível com quem precisa da doação. Por isso, quanto maior o número maiores as chances de identificar um doador com até 88% de compatibilidade.

Doação

Um dos  problemas enfrentados pelo banco de medula é que uma em cada três pessoas apresenta dados incorretos no formulário de doador. Em Mato Grosso, o único serviço cadastrado pelo Inca para realizar o cadastro de doadores de medula óssea é o MT Hemocentro, localizado na Rua 13 de junho.

A doação pode beneficiar pessoas com cerca de 80 doenças diferentes como leucemia, linfomas, mieloma múltiplo, aplasia de medula e imunodeficiências. Há ainda para cada patologia um critério de indicação de transplante de medula óssea, como a refratariedade ao tratamento quimioterápico, recomendada pela equipe médica.

Myllena Morbeck pontua que os doadores são classificados como aparentados, não aparentado, haploidêntico quando é parcialmente compatível ou full match, no caso de ser 100% compatível.

“A avaliação da compatibilidade entre o doador e receptor é feita pelo exame antígeno leucocitário humano (HLA). O ideal é ter 100% de compatibilidade dependendo da doença e gravidade do paciente, no entanto, o mínimo aceito é 50%”, informa Morbeck.