Quando a sentença de uma doença crônica e terminal chega, junto dela vem um sentimento de incerteza sobre como lidar com o restante de vida do paciente e quais as medidas a serem tomadas para evitar o sofrimento. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu os cuidados paliativos como ações multidisciplinares que têm o objetivo de melhorar a satisfação do enfermo e de seus familiares.

Médicos da Oncolog, o oncologista e hematologista André Henrique Crepaldi e a paliativista Luciana Orsi Ribeiro participaram de live no canal da psicóloga Claudia Granjeiro sobre a temática, em celebração ao Outubro Rosa, que discorre sobre o câncer de mama.

De acordo com André Crepaldi, tratamento foca na qualidade de vida, e não no tempo de duração da vida. A equipe multidisciplinar é composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, por exemplo, com o intuito de atender a todas as demandas do paciente.

“Objetivo é fazer com que cuidados sejam iniciados o quanto antes e não deixar para uma fase bem avançada. Existe um estigma do paliativista, que quando se falava que está encaminhando o paciente para uma avaliação de cuidados paliativos a família já entrava em pânico. O que se busca é uma mudança nisso e tentar avaliações mais precoces ”, disse.

Além de aliviar os sintomas das doenças crônicas terminais, os cuidados paliativos também buscam trazer qualidade de vida e bem-estar ao longo do tratamento.

“De uma forma geral não se deve esconder, mas uma das coisas importantes é você medir até onde o paciente quer ouvir, porque muitas das vezes eles não querer saber uma sentença ou algo nesse sentido”, explicou.

Luciana Orsi pontuou sobre a importância de toda a equipe trabalhar de maneira conjunta para elaborar novos conhecimentos e técnicas de abordagem. Ainda, para que tanto paciente quanto família tenham amparo tanto no âmbito físico quanto no âmbito emocional. Todos os profissionais são importantes, cada um em sua área”, afirmou a especialista.

Prevenção é o melhor caminho

André Crepaldi também proferiu a palestra Outubro Rosa: Informação é Prevenção, no Centro de Saúde do CPA IV, a convite da ginecologista e obstetra Ângela Aparecida Siquinelli.

O oncologista explicou que a prevenção é o mais importante para que no caso de se detectar um tumor, que seja logo no início, pois as chances de cura são próximas a 100% quando tem têm até um centímetro de diâmetro.

A recomendação é se atendar aos nódulos e fazer o autoexame em período afastado do ciclo menstrual para evitar os erros em decorrências das mudanças hormonais. A mamografia tradicional e a digital são recomendadas nos exames de rotina de todas as mulheres acima de 40 anos, mas também às que tem pré-disposição a desenvolver a doença por histórico familiar, devem procuram auxilio antes desta idade.

Este foi o caso da enfermeira Gislaine França, que descobriu o câncer no seio esquerdo em 2019. “O apoio emocional da minha família, amigos e colegas ajudou muito para essa superação”, explicou. Ela teve que fazer a mastectomia do seio esquerdo e logo após surgiu um nódulo no seio direito. “Eu ainda estou em tratamento e para mim também foi muito importante recorrer a terapia, pois eu fiz 45 sessões de radioterapia e isso me abateu muito”, completou.

A ginecologista Ângela Siquinelli explicou que sempre é realizado eventos para as mulheres no Outubro Rosa, apesar de tido uma participação menor das moradoras da região devido ao novo Coronavírus. “Durante o Outubro Rosa a procura para fazer exames de mamografia e Papanicolau aumenta em quase 40%”, explicou, alertando que apesar do covid-19 as pessoas não podem deixar de se prevenir de outras doenças.