Negros são mais propensos a ter câncer de intestino do que os Brancos. Dados do Nacional Center for Health Statistics at the Center for Disease Control and Prevention apontam que um em 41 homens negros morrerão de câncer colorretal, enquanto em brancos a correlação é de 1 a cada 48 homens. Já em relação às mulheres, são 1 em 44 negras contra 1 a cada 53 brancas.

Para Mato Grosso, a projeção do Instituto Nacional de Câncer é de pelo menos 150 homens diagnosticados, sendo pelo menos 20 na capital. Com relação às mulheres os números chegam a 180, sendo que 40 devem estar na Capital.

“Esses dados refletem uma diferença que precisa ser discutida, não somente para que cada pessoa possa se conscientizar a respeito do risco que a doença possa trazer e se prevenir da melhor maneira possível, mas também para que possa ser corrigido em coletivo outros fatores que parecem contribuir com essas estatísticas”, frisa André Crepaldi, oncologista da clínica Oncolog.

Alguns fatores podem aumentar o risco de uma pessoa ter o câncer colorretal, um deles está na alimentação. O especialista fala sobre a ingestão de carne vermelha, processados e embutidos.

“Elas são consideradas cancerígenas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Obviamente que não é uma potência grande, se não todo mundo estaria com esse problema. Mas é melhor reduzir esse tipo de alimento. Com relação à carne vermelha, já se sabe há muito tempo que o consumo excessivo também aumenta o risco de tumores nessa região, tanto que há maior incidência na população Ocidental em comparação com as pessoas que moram no Oriente, principalmente no Japão”, detalha.

O tabagismo, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e sedentarismo são outros fatores de risco. “As pessoas que não fazem atividade física têm risco um pouco maior, principalmente se estiverem acima do peso ou obesas”, pontua.

Setembro Verde

Setembro é o mês escolhido pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) para estimular a conscientização sobre o câncer de intestino. Nesse período são realizadas diversas ações para informar a população sobre a importância de realizar ações preventivas contra a doença.

Uma das medidas de cuidados contra a doença é fazer o exame de colonoscopia a partir dos 50 anos. Por ele, é possível identificar e retirar pequenas lesões benignas que podem se transformar em tumores chamados de pólipos. “ Podemos encontrá-los em ao menos 20% dos exames de colonoscopia. Embora o exame de sangue oculto nas fezes seja muito útil, como uma espécie de triagem, ele não é suficiente para diagnosticar a grande maioria das doenças intestinais”, frisa.

O médico explica que o intestino é um órgão que faz parte do sistema digestório, em formato de tubo. Ele se estende até o final do estômago até o ânus. É por ele que o organismo absorve água e nutrientes e promove a eliminação de resíduos e toxinas pelas fezes.