Campanha é realizada para alertar sobre importância da detecção precoce da doença 

Da Assessoria

Estima-se que somente neste ano, sejam diagnosticados cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. Mais incidente entre as mulheres, esse tipo representa 25% entre todos os tipos que afetam o sexo feminino. Especificamente em Mato Grosso, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a expectativa é de que sejam registrados 560 diagnósticos em 2022, sendo destes, 160 em Cuiabá.

É de olho nessas estatísticas que tradicionalmente neste mês celebra-se em todo o mundo a campanha Outubro Rosa, que visa alertar sobre os sintomas da doença e a importância que o diagnóstico precoce tem para salvar vidas. Se detectado no estágio inicial, as chances de cura são de até 95%, conforme pontua o mastologista da clínica Oncolog, Luciano Florisbelo.

O especialista afirma que o autoexame e a mamografia ainda são considerados as principais ferramentas para identificar possíveis sinais da neoplasia de forma precoce. “Essas formas de check-up podem mudar a história de vida da paciente”, reforça Florisbelo. No Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o que mais acomete mulheres de todas as regiões.

Apesar da importância da mamografia, a pandemia acabou provocando uma queda no número de mamografias realizadas no país. Para se ter ideia, a nível nacional, em 2017, cerca de 372 mil mulheres realizaram esse exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já em 2021, esse número foi de pouco mais de 338 mil, o que revela uma queda de mais de 9% do total de procedimentos executados.

Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) destaca que a rede privada, em 2017, fez 5.020.622 mamografias. Já em 2021, embora tenha sido menor, foram realizados 4.575.624 exames. Luciano Florisbelo destaca que em 2019 havia 41.786 pessoas em tratamento contra o câncer de mama no país, sendo que a mortalidade chegou ao total de 18.068.

No ano passado, o número de tratamentos caiu para 23.191 e a mortalidade ficou em 17.825, conforme levantamento do Ministério da Saúde. Porém essa queda está ligada a suspensão de consultas eletivas causada pela pandemia. “Descobrir um câncer de mama precocemente é muito importante. As chances de cura ainda em estágio 1 chegam a 95%, e os tratamentos, em geral, são bem mais leves”, diz o especialista.

Fatores de risco

Além de ficar atenta a qualquer alteração nas mamas, o Inca recomenda que mulheres de 50 a 69 anos façam mamografia de rastreamento a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia, por sua vez, recomenda esse acompanhamento a partir dos 40 anos. Já ao falar em fatores de risco, não há causa única. Existem diversos agentes relacionados, como envelhecimento e fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher.

Outros fatores de risco são: histórico familiar de vários casos de câncer de mama ou de ovário, consumo de bebida alcoólica, excesso de peso, atividade física insuficiente, dentre outros. Só que também é possível tomar algumas medidas que ajudam a prevenir, como a manutenção do peso corporal adequado, prática de atividade física e alimentação rica em vegetais.